Smetak

Músico, violoncelista, compositor, inventor de instrumentos musicais, escultor e escritor.

Walter Smetak nasceu em Zurique (Suíça) em 1913 e veio ao Brasil em 1937, a convite de um de seus professores de música, para tocar em uma orquestra em Porto Alegre (RS). Mais tarde, passou a tocar em rádios, cassinos e bailes no eixo Rio – São Paulo.

Smetak passa a frequentar a Sociedade Brasileira de Eubiose (anteriormente Sociedade Teosófica Brasileira) ainda na década de 1950.

Desde então, o compositor passa a orientar sua produção musical no sentido de “religar” integralmente as dimensões do sagrado, profano, divino e humano; além de ouvir o som, vê-lo, tocá-lo, senti-lo. Assim, procura desenvolver instrumentos que deem conta desse objetivo.

É por meio dessa filosofia que Smetak procura então trabalhar com as frequências mínimas perceptíveis, gerando composições baseadas em microtons e na análise do som. E isso o consagraria no cenário das artes do Brasil e fora dele.

No fim da década de 1950 chega à Bahia, convidado a lecionar nos Seminários Livres de Música da UFBA – um projeto do então reitor Edgard Santos. Esse núcleo de produção de conhecimento foi fundamental para o surgimento do movimento Tropicalista, 10 anos mais tarde.

Smetak teve como colegas e alunos grandes nomes da MPB, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Rogério Duarte, Gereba, Tuzé de Abreu, Djalma Correia, Marco Antônio Guimarães, entre outros.

Smetak fora conhecido como um “alquimista do som”, suas crenças filosófico-religiosas o levaram a utilizar a música como vitrine de suas convicções espirituais, uma maneira de projetar a espiritualidade em um novo campo de abordagem do som.

Ao longo da sua carreira, gravou dois discos, escreveu três peças de teatro, escreveu mais de trinta livros, além de criar mais de 150 instrumentos-esculturas, as conhecidas “plásticas-sonoras” smetakianas: instrumentos musicais inéditos e absolutamente inovadores em seu tempo, utilizando materiais inusitados como tubos de pvc, cabaças e isopor, por exemplo.

Os instrumentos criados por ele foram pensados para possuir um caráter de co-criação, coletividade e improvisação. Alguns instrumentos poderiam ser tocados por mais de um indivíduo ao mesmo tempo.

O artista faleceu em Salvador, em 1984.