Tudo que Smetak fez depois da sua vinda para a Bahia em 1957, teve a intenção um pouquinho proselitista mas muito sincera e amorosamente convicta, de estar mostrando o verdadeiro caminho. Em linguagem eubiótica, “O Itinerário da Mônada”. A Sociedade Brasileira de Eubiose , fundada pelo seu querido ” professor” Henrique José de Souza, tem três finalidades: 1) Revelar leis que regem a evolução humana na face da terra. 2)Revelar o grande destino brasileiro, berço de uma elite que será a nova civilização. 3)Anunciar a vinda de uma divindade em terras brasileiras, O Avatara Maitreya.
No varejo ele costumava dizer que tudo que produziu tem a finalidade de aumentar ao máximo a consciência humana. — Um dia me dei conta de que qualquer coisa que uma pessoa faça honesta e amorosamente, de trocar a fralda de um bebê a realizar uma complexa cirurgia neurológica, serve para isto também.
Não é difícil perceber que em todos os trabalhos de Smetak, poesia, prosa, filosofia, instrumentos, composições, desenhos, pinturas, esculturas, etc. há um afunilamento mais ou menos discreto para os objetivos eubióticos. Mas tenho certeza de que o incremento da consciência através da obra de Smetak não se faz apenas via Eubiose. Quis o cosmos que Smetak tenha aparecido para o mundo como um grande artista. Um musicista virtuoso no seu instrumento e no conhecimento da arte musical. Seu contato com o “professor”, que o fez afastar-se da sua atividade habitual por cerca de onze anos, dedicados ao estudo de textos védicos e à prática de vários tipos de yoga, que são os alicerces da Eubiose, fizeram, como ele disse várias vezes, abrir os seus “chakras”, expandindo sua percepção, sua intuição e sua sensibilidade, tornando-o um multi-artista originalíssimo e singularíssimo.
A Eubiose acrescentou e proporcionou metas. Mas se não houvesse o artista, a dimensão da sua obra teria sido, sem dúvida, menor. A sua imensa produção, grande parte dela textual, é muitíssimas vezes de difícil entendimento para a maioria das pessoas. Penso que aí está a função da curadoria. Tentar, da melhor maneira possível, mostrar o que considera mais acessível à leitura de todos, sem que seja perdida a originalidade e a singularidade do autor.